A fotografia - parte I + KEH

Bom dia, queridos leitores! Depois de muito tempo com apenas um conto aqui no blog, finalmente teremos mais um! Decidi dividi-lo em partes para ficar mais fácil para aqueles que só querem dar uma passadinha rápida por aqui e não ficarem muito perdidos na hora de voltar à leitura. 

E mais uma coisa: os que acompanham a página do blog pelo facebook devem estar se perguntando, mas e a antologia da Andross, King Edgar Hotel, que seria lançada dia 19/05? Ela foi lançada!!! Porém, não pude comparecer ao evento, então estou na espera dos exemplares aqui em casa! Dizem que que está incrível e, assim que eles chegarem, farei um post especial para quem estiver interessado em adquirir algum exemplar, aguardem :D 

Agora vamos ao que interessa:


A fotografia - parte I

− E aí? Como você está? – perguntou Mariana ajeitando seus cabelos vermelhos em um coque no topo da cabeça enquanto entrava na casa da melhor amiga.
− Sei lá, me sinto estranha... – respondeu Júlia a caminho de seu quarto. – Eu nunca fui tão próxima da minha avó e, tipo, ela me deixa uma super caixa de joias!
O quarto de Júlia não era um dos mais organizados, na verdade, Mariana tinha quase certeza de que era o quarto mais bagunçado que já havia entrado. Havia roupas espalhadas pelo chão, não se sabia se elas estavam sujas ou limpas, pilhas de livros sob a cômoda (e o que não cabia da cômoda, também ia para o chão), fotos das duas e de outros amigos espelhadas pelas paredes. A cama de Júlia ficava no centro do quarto, com uma das extremidades encostada na parede.
Sentaram-se na cama e Júlia pegou a caixa de joias que estava sob o criado mudo. Era uma caixa de madeira trabalhada em detalhes trançados, provavelmente feita à mão, as partes de metal estavam desgastadas e rangeu quando a caixa foi aberta.
Lá dentro continha vários colares e brincos de pérolas, fazendo com que as jovens soltassem exclamações e com que seus olhos brilhassem fascinadas pelas joias. Também poderiam encontrar alguns brincos delicados com pedrinhas de rubi e um colar de esmeralda.
Passaram a próxima hora inteira experimentando as joias e fazendo piadas uma com a outra. O pai de Júlia as chamou para fazerem um lanche da tarde, parecia um domingo bem tranquilo.
− Já experimentamos todas as joias? – perguntou Júlia ao voltarem para o quarto.
− Acho que sim. – respondeu Mariana olhando para a caixa com mais atenção. – Ei, não parece que tem um fundo falso ali?
Júlia riu. Mariana parecia sempre ver coisas além da realidade, ela nunca aceitava que a vida real era monótona e sem grandes aventuras. No entanto, para deixar a melhor amiga tranquila, resolveu averiguar o fundo da caixa que, para sua surpresa, possuía um fundo falso.
− Ah. – suspirou Júlia meio decepcionada e esperando uma decepção ainda maior por parte de Marina. – São só duas fotos de um cara sem graça.
− Posso ver?
Júlia entregou as fotos à Mariana.
Ela pegou uma foto em cada mão, uma parecia razoavelmente mais velha que a outra. Na mais antiga, o homem era jovem, portava roupas da década de 1930, seus cabelos negros estavam bem ajeitados com a ajuda de muito gel e ele segurava um chapéu claro, que deveria ser da mesma cor que o terno, com a mão esquerda. Ele parecia bem feliz e simpático. Na segunda, datada de 1944, ele estava sentado em uma grande e aparentemente confortável poltrona, ele tinha um aspecto doente, seus olhos pareciam meio inchados, meio saltados para fora, e sua boca estava semiaberta, embora seus cabelos continuassem bem arrumados e suas roupas apresentavam uma qualidade melhor do que na primeira foto. 
− Joaquim, fevereiro de 1944. – leu Mariana em voz alta.
− De onde surgiu esse cara? Ele não é meu bisavô, já outras fotos dele antes, pra você saber a diferença, meu bisavô era loiríssimo!
Mariana não deu muita atenção ao comentário de Júlia, a segunda foto era extremamente estranha, ela não sabia dizer o que tinha de errado ali, mas havia alguma coisa. E ela sentia alguma coisa estranha na atmosfera do quarto.
− Você acha que era algum amante? – perguntou Júlia, olhando a primeira foto.
− Tenho quase certeza disso! Você não lembra que antigamente as pessoas mais ricas não se casavam por amor?
− Hm... mas eles nem são tão antigos assim... Ah sei lá, viu? Também nem interessa, todo mundo já morreu mesmo. – concluiu Júlia. Jogou a foto dentro da caixa e olhou para Mariana.
Mariana não estava preparada para se livrar da foto, ela tinha que descobrir o que estava por trás dela.
− Posso ficar com essa foto?
− Por que você quer ficar com a foto mais esquisita e de um cara que ninguém sabe quem é? – perguntou Júlia, franzindo o rosto.
− Não sei, mas quero analisar essa foto com mais calma.
− Ela é meio sinistra.
− Talvez seja exatamente por isso. – respondeu Mariana distraidamente.


*** Fim da parte I ***


Espero que vocês tenham gostado, não se esqueçam de deixar um feedback :) sua opinião é importantíssima, porque se eu escrevesse só para mim, isso aqui ainda estaria na gaveta! 

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